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O estudo dos cometas nos séculos XVI e XVII

Carlota Simões

Carlota Simões é Doutora em Matemática pela Universidade de Twente (Países Baixos). Fez parte da Direção do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra entre 2007 e 2019 (Vice-Diretora entre 2007 e 2015 e Diretora entre 2015 e 2019). É Professora Auxiliar no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra. e pertence ao Centro de Física da Universidade de Coimbra É a Diretora da Imprensa da Universidade de Coimbra desde maio de 2023.
Nível de Ensino:
3º ciclo e Secundário
Resumo:
Em Novembro de 1577, um cometa muito brilhante com uma cauda muito longa apareceu nos céus em toda a Europa. Tycho Brahe estudou-o na Dinamarca, Johannes Kepler viu-o quando tinha apenas seis anos de idade. Foram certamente as observações rigorosas e cuidadas de Brahe e retomadas por Kepler que permitiram que hoje possamos reconstruir com algum rigor a trajetória do Grande Cometa de 1577, hoje conhecido como C/1577 V1. Por ter uma trajetória parabólica, não se aproximará mais do planeta Terra.

Anos mais tarde, em 1607, um novo cometa surgiu nos céus. Foi observado por diversos astrónomos, entre os quais Kepler, que anotaram com rigor as suas posições sucessivas enquanto foi visível a partir do planeta Terra. Quando um novo cometa surgiu em 1682, as anotações rigorosas de 1607 permitiram a Edmond Halley deduzir que se tratava do mesmo corpo celeste, que teria uma órbita periódica, prevendo que o mesmo cometa voltaria a ser visível em 1759. A sua previsão confirmou-se e o corpo celeste recebeu por isso o nome do seu descobridor: Cometa Halley.

Nesta sessão damos a conhecer o impacto na astronomia e na cultura popular do surgimento de alguns cometas observados nos séculos XVI e XVII, entre os quais o Grande Cometa de 1577 e o Cometa Halley.